A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou nesta quarta-feira e quinta-feira (19 e 20/4) a segunda fase da Operação Boi de Ouro, para o cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão em Verdelândia, na região Norte do Estado. Durante a ação os policiais apreenderam ossos humanos.
Boi de Ouro
Durante a primeira fase da operação, deflagrada em 18 de maio de 2021, nos municípios de Janaúba, Jaíba e Verdelândia, os Policiais Civis cumpriram 18 mandados de busca e apreensão e prenderam nove pessoas, dentre vaqueiros, fazendeiros e um vereador.
Os fatos originários da operação começaram com a apuração de dois homicídios ocorridos em Janaúba, nos anos de 2017 e 2019, quando dois vaqueiros, de 30 e 35 anos, foram mortos no município. Apurou-se que a morte dos dois homens foi motivada por “queima de arquivo”, uma vez que as vítimas faziam parte da organização criminosa chefiada pela família dos envolvidos, especializada em furtos de gados na região. Segundo levantado, tão logo manifestaram o desejo em abandonar a associação criada pelos parentes, os vaqueiros foram mortos. Os crimes e fraudes possibilitaram aos investigados uma vida de ostentação com a venda dos produtos de furto, destinados a abastecer o comércio de carne nas cidades da região. Na época, os corpos dos vaqueiros desaparecidos não foram encontrados.
Segunda Fase
De acordo com a delegada Glênia Balieira Torres Aquino, responsável pela investigação a nova fase da operação teve por objetivo a apuração quanto a ocultação de cadáver de um dos vaqueiros, sendo analisado uma estrutura já aterrada de uma Fazenda que pertence à família dos investigados localizada na Zona Rural de Verdelândia. No trabalho, conforme explicou, foram empenhadas máquinas escavadeiras das prefeituras de Verdelândia e Janaúba, além de trabalhadores braçais. “Montamos um acampamento na dita propriedade que perdurou dois dias ininterruptos e escavamos uma área que anteriormente foi uma cisterna”, pontua a delegada.
Ao todo, mais de 20 metros foram escavados permitindo localizar entre terra e tijolos vários ossos que foram apreendidos e encaminhados para o Posto Médico Legal em Janaúba. Posteriormente, esse material será encaminhado para o Instituto Médico Legal em Belo Horizonte para identificação por meio da análise do material genético.
A delegada salientou que foi empregado no trabalho uma equipe com 17 policiais civis, entre investigadores, delegados e peritos. Além disso, os trabalhos foram acompanhados por Bombeiros Militares que garantiram a segurança dos agentes envolvidos na ação, bem como, realizaram técnicas de rapel e vasculhamento de área para localizar segmentos corporais. Todo aporte logístico foi intermediado pelo delegado Ricardo Amaral, que acompanhou todos os desdobramentos da ação policial.