Semana Mundial do Sono aborda informações sobre doenças relacionadas ao comportamento fundamental para a saúde

Há diversas consequências relacionadas à saúde do sono inadequada, entre elas a sonolência excessiva diurna, alterações do humor, comprometimento cognitivo e da capacidade funcional, além do agravamento ou desenvolvimento de condições clínicas já existentes. O sono é essencial para a saúde e, por esta razão, a Associação Brasileira do Sono, vem promovendo, anualmente, a Semana do Sono, que em 2024 será realizada entre 11 e 17 de março com a temática “Oportunidade de sono a todos pela saúde global”. De acordo com a médica otorrinolaringologista Daniela de Souza Neves, coordenadora da Medicina do Sono da Rede Mater Dei de Saúde, o sono é regulado por diversos processos biológicos, comportamentais e ambientais. E o ritmo de vida moderno, com exposição frequente à tecnologia, alta carga horária de trabalho associada a rotinas inadequadas, pode contribuir para a piora do padrão de sono.  “As doenças do sono, em grande parte das vezes, são subdiagnosticadas e têm forte impacto na vida das pessoas.  Alguns dos sinais de doenças do sono são cansaço, sonolência diurna; alterações de memória, concentração e de humor; bruxismo associado; apneia (pausa respiratória durante o sono – leve, moderada ou grave). Muitas vezes consideramos que uma pessoa lenta para o trabalho ou pouco ágil pela manhã possa ter algum transtorno, mas pode estar relacionado à má qualidade do sono”, diz a médica. Segundo Daniela, um estudo avaliou a extensão da disparidade global nos dados de saúde do sono e mostrou que dos 194 estados membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 43 (22%) recolheram e publicaram dados sobre a duração do sono a nível populacional.  “Existem muitos dados globais sobre outros comportamentos de risco para a saúde, como má nutrição, inatividade física, tabagismo ou consumo de álcool, mas não sobre a saúde do sono. E isto é preocupante porque a deficiência de sono é um fator de risco estabelecido para numerosos resultados de saúde”, aponta. Atenta à questão de como a qualidade do sono pode impactar a saúde das pessoas, a Rede Mater Dei de Saúde oferece uma avaliação completa da qualidade do sono, aplicada por profissionais de saúde, que inclui anamnese, exame físico e exames complementares como polissonografia, videonasossinusal e videofaringolaringoscopia flexível, tomografia de seios da face e sonoendoscopia. A equipe, multidisciplinar, integra o núcleo de Medicina do Sono Mater Dei, e conta com profissionais da otorrinolaringologia, pneumologia, neurologia, psiquiatria, bucomaxilo, fisioterapia, odontologia e fonoaudiologia. “O tratamento será baseado na etiologia da má qualidade do sono, desta forma pode ser necessário a abordagem específica de alguma patologia do sono (como apneia do sono, bruxismo, dentre outros), assim como técnicas comportamentais e cognitivas, além de terapia medicamentosa. A avaliação deve ser sempre ampla e individualizada”, reforça. A má qualidade do sono tem diversas causas. Pode estar relacionada a patologias específicas do sono como os distúrbios respiratórios do sono, parassonias, distúrbios de movimento, entre outros, mas também pode ser consequência de alterações hormonais, transtornos psíquicos – como ansiedade, depressão -, comprometimento cognitivo, além de patologias clínicas que exacerbam durante a noite/sono, como algumas doenças respiratórias e cardiovasculares. Quantas horas devo dormir? A necessidade de horas de sono e o ritmo biológico são individuais e se modificam naturalmente ao longo da vida. A média de sono da população adulta é em torno de oito horas, mas há os dormidores longos e os curtos, explica a médica, ou seja, há quem precise de mais do que oito horas para se sentir bem disposto e há quem durma menos horas e acorde bem. “É importante que a avaliação e abordagem respeitem a necessidade de sono de cada um”, frisa a especialista. Durante a noite, há várias fases do sono, com momentos mais superficiais e outros mais profundos, que se  intercalam durante o período. A proporção de cada fase do sono pode alterar entre as noites e de um indivíduo para outro, sendo influenciada por diversos fatores como faixa etária, patologias associadas e medicações em uso. A regulação do sono ocorre nas 24 horas do dia e é influenciada por fatores biológicos, comportamentais e ambientais. A presença de um ambiente adequado para o sono, a implementação de uma rotina adequada (medidas de higiene do sono) e tratamento específico de patologias fisicas e psíquicas associadas é essencial para construção de um sono de qualidade. Direito de todos – O tema 2024 – “Oportunidade de sono a todos pela saúde global” – é um alerta para o fato de que o sono ser essencial para a saúde para todas as pessoas, portando, todos devem ter acesso a um sono adequado, independentemente de onde vivem, perfil socioeconômico, das condições e perturbações ambientais, das estruturas e histórias sociais, das relações comunitárias e interpessoais, e das crenças e comportamentos individuais. “A meu ver, abordar a igualdade do sono reduzirá essas disparidades do sono e contribuirá para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas em todo o mundo.”, diz a médica

FONTE: Rede Mater Dei

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